“De tarde, de noite… sempre a fé”*
A tarde vai caindo
A noite vai surgindo
É o fim da tarde
O inicio da noite
E numa fé que o fim é principio,
Contemplo as maravilhas do Pai
Sobre o céu,
Nuvens e traços de raios luminosos
E sobre os quais, a beleza não tem fim
É nessas pequenas réstias
Que vejo as maravilhas da vida
Frágil como uma penumbra
E sinto que é apenas parte de algo muito maior
Belo e grandioso
Que beleza é essa e que mistérios são esses
Por detrás de uma fina penumbra
Esconde-se uma luz que todos querem ver brilhar
Um sol que espalha luz e calor por toda a parte
É nesta luz que vejo a maior metáfora
É nela que vejo a luz da minha fé
Porque nela vejo a imagem de Cristo
-verdadeiro sol e verdadeira luz
Que minha vida ilumina
E que com a noite se esconde
Mas deixa a certeza de existir
Esta luz que desejo em todas as noites
Mesmo que seja uma réstia simples
Embora não me contente
E sempre a desejo…
Não sei porquê,
Talvez o criador saiba
Deu-nos duas luzes
Uma que sustêm a matéria
Outra, a mais importante, o espírito
E de todos brota um fogo
Que faz a luz irradiar
E nunca apagar
Que tudo toca e transforma
E faz viver em plenitude
Uma só fé nasce em nós
Numa única esperança que cresce
Com um único amor a viver
Cai a noite,
A alegria não desvanece
Porque o mistério permanece
E também nesta noite vejo a minha fé
Onde tudo requer confiança
Principalmente na sua presença
Numa noite de procura,
Exige mais do que sabedoria
Exige simplesmente acreditar
Acreditar no amanhã,
No sol que nascerá e voltará a brilhar
Acreditar que ele continua lá…
E aqui também, bem dentro de nós
Simplesmente acreditar
É este mesmo sol
Que as trevas ilumina
A luz da lua não é mais
Do que reflexo do reflexo da luz do sol
Resta contemplar a noite,
A lua tão clara e brilhante
Resplandece a ternura do Pai
As estrelas nos sorriem
E de um ponto distante
Algo, alguém
Sorri, pensa em nós
E deixo que a luz suave da noite me envolva
E o amor do Pai sinto
E me mostra cada vez mais o mistério da vida
De tão longe e de tão perto…
Jocilene Lima, poema dos meus 15 anos
*este foi um dos poemas que mais me marcou, e que mais gostei de ter escrito....